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Se Eu Mandasse...
Se Eu Mandasse...

                                                                                       Se Eu Mandasse...

Se eu mandasse na Terra, daqui a 200 anos acabavam os regimes representativos multipartidários de assento parlamentar e eleição cíclica, mistificadora e equivocamente denominados «democracias» e que se têm tentado IMPOR por toda a parte por ação do Ocidente cultural, que se julga senhor da verdade e o seu sistema político-social como sendo o único virtuoso, por fim substituídos pela república participativa, comunista ou holocrata, ou por uma verdadeira (efetiva) monarquia transparente, segundo a escolha ulterior, esclarecida e lúcida, de uma maioria populacional autonomamente deliberativa, fazendo a transição um regime político ad hoc.

Se eu mandasse na Terra, em um prazo de 5 anos seriam instituídos novos sistemas de ensino que preparassem as crianças para a futura nova sociedade da transparência absoluta e da honestidade total, com base em pressupostos elementares comuns a todas as sociedades, mas respeitando a vontade geral e as especificidades culturais de cada dessas sociedades.

Se eu mandasse na Terra, os sistemas de ensino teriam como preocupações centrais educarem para a (VERDADEIRA) cidadania e para o exercício respetivo, que o mesmo será dizer: prepararem os jovens para a participação futura, universal e obrigatória, de todos os cidadãos na sociedade em que se insiram, em substituição do regime representativo atual, para isso os dotando da máxima informação geral possível, bem como de valores morais universalmente consagrados, estimulando-lhes a autonomia judicativa, primeiramente, a fim de poderem interiorizar, secundariamente, o que seja a autonomia volitiva (autonomia da vontade), a fim de que pudessem pensar por suas próprias cabeças e decidir segundo a sua vontade esclarecida e soberana, no futuro durante o qual fosse necessária a sua intervenção pública (participação política geral e obrigatória).

Se eu mandasse na Terra, ver-se-ia a breve trecho abolido o consumismo e o ultraliberalismo económico.

Se eu mandasse na Terra, em 30 anos teriam sido proibidas práticas económicas especulativas e a concorrência desleal – assim como outros procedimentos económicos menos transparentes.

Se eu mandasse na Terra, as relações económicas evoluiriam no sentido da participação individual empresarial e da abolição da condição assalariada, pelo que o capitalismo económico teria de rever os seus pressupostos e objetivos.

Se eu mandasse na Terra, a Internet não seria a selva onde tudo pode acontecer e o enquadramento legal da rede é completamente inexistente.

Se eu mandasse na Terra, não me entupiriam os endereços eletrónicos com publicidade que não peço nem pedi!!

Se eu mandasse na Terra, as entidades económicas prestadoras de serviços não redigiriam os contratos de prestação desses serviços a seu bel-prazer, como se fossem o ditador e o cliente um seu escravo!

Se eu mandasse na Terra, daqui a 250 anos não haveria pobres (nem ricos!), nem injustiçados ou infelizes por ação de outrem (tão-só infelizes por contingências da vida, porque a vida não pode ser igual para todos).

Se eu mandasse na Terra, a Justiça seria universal e portanto a Lei implacavelmente igual para cada um!

Se eu mandasse na Terra, a ecologia (relação ótima entre os elementos de um ambiente natural) e a proteção do ambiente estariam legalmente enquadradas como o está a relação social geral.

Se eu mandasse na Terra, daqui a 200 anos as sociedades escolheriam que regime político quisessem adotar: se a monarquia, ou se a república, quer a república holocrata, quer a república (verdadeiramente) comunista. Ou outro regime melhor (?).

Se eu mandasse na Terra, a hipocrisia e a falsidade seriam desmascaráveis pelo exercício maioritário da franqueza, da retidão e da lealdade, sendo chamados professores europeus nórdicos e neozelandeses para o ensino da transparência e da sinceridade na atitude pessoal diária em todas as escolas do planeta.

Se eu mandasse na Terra, a superioridade espiritual tornar-se-ia uma meta individual a alcançar, até que se deixasse de ver, em pouco tempo, tatuagens ao longo dos corpos, brincos por toda a parte, rabos-de-cavalo apanhando os cabelos masculinos, madeixas coloridas às bolinhas azuis e cor-de-cenoura, atitudes farsolas por parte das pessoas, que as tornam completamente artificiais (basta comparar a naturalidade dos executantes dos velhos blues norte-americanos e a total artificialidade farsola dos cantores de rap atuais!!).

Se eu mandasse na Terra, a animalidade humana progressiva e rapidamente ver-se-ia substituída pela humanidade das pessoas, tendente à espiritualização da espécie.

Se eu mandasse na Terra, o suposto materialismo racionalista ocidental deixaria de se impor como ideologia dominante propagada através dos sistemas de ensino e dos média, permitindo que o fundo de verdade das culturas animistas e das orientais se explanasse em toda a sua dimensão, trazendo uma nova visão da existência às mentalidades oficiais em cada sociedade e não mais elas fossem vistas, tais culturas, com um sorriso nos lábios pretensamente racionalista e próprio de quem aprecia folclore inofensivo e infantil.

Se eu mandasse na Terra, a informação chegaria a todos e os tabus governativos, impostos pelos poderes militares e económicos, achar-se-iam suprimidos.

Se eu mandasse na Terra, a criatividade de cada um seria estimulada por um sistema de ensino vocacionado para a competência e para a exigência, servindo-se de psicologia aplicada inclusiva, porém despida dos preconceitos do politicamente correto.

Se eu mandasse na Terra, o politicamente correto seria proibido, por amor à verdade!

Se eu mandasse na Terra, em poucos séculos deixar-se-ia de ver indivíduos mais parecidos com o Neandertal do que com o homo sapiens sapiens, sem ser necessária uma limpeza étnica-genética.

Se eu mandasse na Terra, as nostalgias do absolutismo monárquico e dos regimes ditatoriais unitários do século vinte tornar-se-iam esquecíveis (referimo-nos ao nazi-fascismo e ao arremedo falso que foi o pretenso socialismo marxista de intenção comunizante).

Se eu mandasse na Terra, os tiranetes teriam os dias contados.

Se eu mandasse na Terra, a massificação do liberalismo pretensamente democrata seria erradicada, finalmente substituída pelo ensino das autonomias judicativa e volitiva, após todo um processo histórico de violação dos mais elementares direitos do indivíduo a que se tem assistido por toda a parte e em todos os tempos (!), atuando pedagogicamente em prol desse indivíduo e do pleno reconhecimento jurídico do direito à singularidade, num quadro de respeito absoluto pelo outro {conforme Immanuel Kant fez perceber, com demasiada sutileza até hoje não entendida! [Claro: ele era filósofo! E a multidão é tudo, menos isso: ela está (des)educada para ser tudo, menos isso!]}, assim como de prática efetiva da solidariedade social (esta seria obrigatória e o altruísmo suplantaria o egoísmo).

Se eu mandasse na Terra, não mais alguém verteria uma lágrima por culpa de outrem.

– Tudo por decreto!

 

Edmundo Vallellano,

3 de março de 2014.