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O Que é a Força (Artigo de Análise Ontológica...)
O Que é a Força (Artigo de Análise Ontológica...)

[Excertos Textuais]

 

O que seja a força?

Ela constitui o meio, o instrumento, primeiro e invisível, para realizar qualquer coisa: uma ação (tarefa); uma manufatura (objeto); et cetera.

A força é uma função, no verdadeiro sentido físico-matemático do termo: pois cumpre, ou faz cumprir, o processo que conduz a uma finalidade.

E, ainda no mesmo sentido, ela simultaneamente representa uma constante, enquanto capacidade geral de modificação de situações ou realidades, ou até mesmo de viabilização, isto é: de construção, no sentido de criação, de uma qualquer realidade (que é elaborada pela força, determinada por ela, de raiz), assim como representa uma variável, uma vez ser exercida de acordo com as necessidades e além do mais modificando, modulando, a sua intensidade de aplicação de circunstância para circunstância, sempre em função do que seja ali exigido.

A força é a capacidade que algo intrinsecamente possua para realizar o que quer que se possa considerar.

Ela representa, inegavelmente, um princípio vital: é o meio que permite a ação.

Assim, um cristal, a fim de se realizar no sistema triclínico, por exemplo, tem de possuir força para tal. Uma determinada força, que é diferente da que realize o sistema monoclínico.

Uma planta, para que possa crescer e se desenvolver em pleno, deverá necessariamente possuir a força para tal. Que se distinguirá, consoante as condições climatéricas habituais (a meteorologia local), a constituição dos solos e o declive do terreno, et cetera, etc.

E mais ou menos o mesmo valerá para um ser humano.

Mas nem só na matéria a força está presente e se exerce.

(...)

Para virem a existir, é porque reuniam a possibilidade de sê-lo alguma vez.

Então, para a realização de uma ação é imediatamente necessária a força física.

Contudo, para que a força física atue, é preciso que haja força a outro nível: o da vontade, precisamente – e no caso considerável dos objetos físicos animados de movimento autónomo, que é aquele que tem origem nos objetos em si mesmos e não numa causa externa do movimento que apresentem.

Mas a força de vontade age a uma instância, age a um nível, que definitivamente já não se vê, nem de algum outro modo sensorial usual se consiga perceber.

Trata-se aí de uma instância radicalmente inquantificável, pois torna-se impossível comparar quantitativamente duas vontades distintas e afirmar categoricamente acerca de ambas: a quantidade de vontade do indivíduo A é de 100 Vt e a respetiva quantidade do sujeito B é de 113 Vt, supondo «Vt» como constituindo o padrão quantificador de medição/quantificação da vontade em geral e previamente determinado em termos matemáticos.

Vulgarmente se compara a vontade de A e de B, é certo, dizendo-se de um que ele «possui uma indomável força de vontade», enquanto do outro se afirma ser «pessoa de vontade débil», por exemplo.

Mas quantificar a relação segundo um parâmetro algebricamente categórico torna-se missão impossível, em absoluto.

Todavia a força é qualitativamente a mesma, ou seja: é igual em termos qualitativos, em termos de "o que é que a força seja em si própria considerada", independentemente da quantificação possível, quer a consideremos atuando materialmente (isto é: quer ela atue fisicamente), quer a consideremos a atuar a nível da vontade.

(...)

A   consciência surge, assim, como outra força, na equação de ordem existencial. Para além das já consideradas força física e força da vontade, portanto.

Ou melhor: ela constitui um outro nível (plano) de exercício da força, em que esta alcança um raio de ação ainda maior, uma vez dali reger não só a vontade subjetiva, como também o âmbito físico (material) de ação dessa mesma vontade.

Porém, o que realmente seja a vontade?

A vontade é o querer que, presente em uma dada realidade, faz com que essa própria realidade meramente se mexa no lugar onde está ou desde o lugar em que se encontre. Muito elementarmente.

Esse «mexer» não é mais que movimento. Ainda que pouco percetível.

Todavia, para que algo se mexa, assim exprimindo a sua vontade, é necessário que detenha uma consciência circunstancial mínima, que envolva a noção de lugar, a noção de deslocação e a noção de si mesmo.

Obviamente que a noção que se tem da existência própria constitui ali o primeiro elemento necessário para a expressão do exercício da vontade, espelhada na deslocação autonomamente efetuada.

A autoconsciência é, portanto, o primeiro momento de consciência e a razão de ser do exercício da vontade: a sua máxima razão de ser.

Não há vontade sem consciência.

Mas também não existe consciência, sem força!

(...)

 

EV.