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A Lógica Geral da Remuneração na Prestação de Serviços
No mercado de trabalho inglês impera a lei da selva e a injustiça. Campo livre para os especuladores e os espertalhões (ou lateiros?!).
Uma agência de trabalho é uma intermediária na contratação de serviços.
Buscam-na o empregador e o trabalhador por conta de outrem.
Basicamente, o trabalhador indiferenciado irá receber menos por hora (6 libras e dezanove cêntimos de libra) empregando-se através de agência, do que aquilo que ganharia na contratação direta (7 libras e meia).
Porventura se julgaria que seria o empregador a pagar o serviço prestado pela agência, pois era ele quem procurava? Ou ele e o candidato a empregado, a meias?
Não. Quem paga à agência o serviço de intermediação é, na totalidade, o trabalhador, embora sejam os dois, empregador e trabalhador, a procurar os serviços do agente intermediário.
E assim este encaixa, por cada trabalhador e no mínimo, 7,50-6,19 = 1 libra e 31 cêntimos de libra/hora, o que, multiplicado à carga horária mínima de oito horas de trabalho por dia, dá, pelo menos, 10£ 48p.
Se o agente empregar, num dia, sete trabalhadores do fundo da tabela, perfará 73,36£.
E se lidar com mão-de-obra (mais) qualificada, tudo se exponencia.
Mas o problema nem reside na existência do agente, que presta um serviço, e sim na proporção da coisa, sempre a beneficiar o mais forte. Ora: assim é fácil ser leão numa mata de cordeiros!
Moralidade?
Enquanto o mercado de trabalho funcionar dessa maneira, uma sociedade continuará a evidenciar ATRASO CIVILIZACIONAL.
E nisso, a soturníssima Inglaterra da uniforme urbanidade cor-de-tijolo estará no topo da classificação, que também será o fundo em termos sociológicos e jurídicos.
A civilização fica ainda mais acima...
EV,
23-01-2014.