As Rodas do Consumismo

O mundo automóvel é um exemplo acabado da instituição generalizada do puro espírito consumista.

Cada ciclo de cinco anos tem de ver nascer uma nova versão dos vários modelos das marcas automóveis, que, para espanto, fabricam, por vezes, sete, oito, dez modelos diferentes!

Alguns retoques estéticos, ou mesmo a rutura relativamente às linhas anteriores, renovam o parque automóvel. Tantas vezes com a mecânica igualíssima - veja-se a aldrabice... .

Para quê?

Por quê?

Na bola troca-se de camisola como de ementa.

Qualquer dia um homem troca de mulher de cinco em cinco anos e elas fazem o mesmo.

Os filhos?

Que se lixem!

Ou trocam de divindade: ora Deus; ora Alá; e depois, como o stock é limitado, arranjam um novo deus, que pode vir a chamar-se, então, «Edir». E assim, quando começarem, rezarão: «Santa Maria, mãe de Edir, rogai por nós pecadores...».

E tudo isto decorrendo num cenário geral de empobrecimento coletivo!

Ocidentalismo. Nada mais do que isso.

O berço do Ocidente, a Europa, vale pouco! E os outros que não os continuem seguindo à letra, como até aqui, que é para serem originais e não macacos de imitação da aldeia global! Esse provincianismo à escala terrestre!

Só por isso já simpatizo um pouco mais com o aimara Evo Morales! À parte aquele seguidismo relativamente a uma doutrina ideológico-política que é precisamente ocidentalíssima e que já deu o que tinha a dar!!

Edmundo Vallellano,

31-1-2014.