Afirmar que a consciência somente apareça (ou seja: não se afirma aí que ela «somente se manifesta», mas sim que «somente aparece») com o dinamismo (i.e.: com o metabolismo) cerebral, é o mesmo que asseverar que um carro não seja um carro, se não circular.

Ora: o carro é carro independentemente de cumprir a função a que foi destinado. Precisa de combustível e condutor para cumprir finalidades. Mas uma vez parado, ele não deixa de ser carro precisamente como simples peça de arte da engenharia mecânica automóvel. Com um objetivo bem definido, mesmo que ainda não executado.

O que acontece – e esse é que constitui o problema! – é que a(s) realidade(s) da Existência se trata(m) de uma complexidade vasta ainda muito mal conhecida e menos compreendida por todos. Ninguém sabe bem o que represente verdadeiramente a vida, quanto mais saber o que a morte encerre, ou saber acerca daquilo que ainda não tenha nascido ou surgido enquanto coisa!

Os presunçosos humanistas, porém, sempre pretensamente positivos, julgando-se racionais e sobretudo de uma maneira muito supostamente objetivista, acham que já sabem muito, ou pelo menos sabendo alguma coisa, construindo assim uma ciência que se tem como dona da Verdade.

E é a isso que Allan Kardec chamou «orgulho»: o orgulho humanista próprio de humano que se ache um quase deus pelo mero facto de entender saber já alguma coisa.

É isso o que se deve combater impiedosamente!

EV,

21-12-2013.