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A Mulher de Londres
A Mulher de Londres

                                                            A Mulher de Londres

 

Uma saloia que é titular de um Café (...) há tempos gabou-se-nos de ter ido a Londres. «E Picadilly; e a Ponte de Londres; e...» .

E... a City. Mas ela não disse «City», porque, ignorante, ignorava... . A City, esse (ainda...) centro financeiro mundial, onde nenhuma alma um pouco mais elevada pára. Apesar de ser, de facto, a única coisa urbanisticamente apresentável em Londres. Só mesmo a turistada, para ir a Times Square e ao museu de cera e ao Royal Albert Hall e ao Big Ben... .

Lembrámos à ignorante que a outra face da moeda é mais vasta e profunda: a Londres pobre e soturna de Streatham, de Brixton, de Bromley, de Lewisham, até mesmo de Elephant and Castle, ali ao pé da London Bridge e da cityzinha.

«Ah, pois, não sei», atalhou logo desinteressadamente, desconhecedora de outros horizontes que não aquilo que a publicidade do ramo impinge ao turista obnóxio e intencionalmente cego!

Mas a grosseira (tem mesmo cara disso...) continuou: «uma filha minha esteve há tempo em Salamanca e disse: ó mãe, lá as pessoas saem à rua e convivem, não é como aqui...».

Pois: o que esta propietaria queria era que a malta saísse para ir ao Café dela encher-lhe o fiofó de euros. Porque quer lá ela saber do convívio, como boa portuguesa que é!! Se fosse a trica e a fofoca, ainda vá... .

Nunca mais lá voltei, nem mais volto lá.

 

EV,

17 de janeiro de 2014.