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O Chico
O Chico

Fui ver o Chico, no sábado passado, à Costa de Caparica. Viagem longa.

O Chico foi mais um dos muitos resultados dos intercâmbios rácicos acontecidos em Angola entre negros e brancos.

Indivíduo reto, vertical, honesto. E espontaneamente filósofo. A quem os (vizinhos) agentes da Guarda Nacional e da Polícia Civil invariavelmente visitam no seu Café a tomar a bica diária e com o máximo respeito pela pessoa.

Também não era para admirar: foi criado e, de certa forma, até adotado, pela minha e de meus pais querida amiga já falecida (11-01-2016) Maria Ofélia Jardim, que dele cuidou em miúdo — em muitos aspetos, quase como se fosse um filho. E era a M.ª Ofélia uma portuguesa de Lamego, patriota e partidária do Estado Novo português...

É; os velhos tempos tinham outra gente... . E Angola, sobretudo! Pois é...

(Os portugueses que saíam para outras terras, sobretudo África meridional e Estados Unidos, rompiam horizontes e afastavam-se da tacanhez e da parcimónia que caraterizam as gentes agarradas às origens, acontecendo mais com os que iam para Angola do que os idos para Moçambique ou para a África do Sul, em virtude da prevalência do Apartheid nesta e da influência dele em Moçambique, aí delineando os comportamentos e consequentemente as mentalidades, mais europeias; já a emigração para a Europa não rasgou tanto horizonte, pois o traço comum à Europa é o conservadorismo e este associa-se, sempre, à progressiva tacanhez de espírito; isto tudo reconhecendo a própria Maria Ofélia nas muitas conversas que mantivemos desde 2012 até ela falecer em janeiro deste 2016, estava eu então em Inglaterra.)

13-12-2016.