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O Egoísta
O Egoísta

                                                                                  O Egoísta

O que for egoísta começa em si e acaba nele mesmo. E quando morrer, nada leva senão ele próprio e apenas ele: parte pobre; espiritualmente pobre.

Aquele que amar [*], e amar não é dedicar-se ao marido ou à esposa e aos filhinhos, mas sim ser magnânimo no gesto e largo na doação de si ao mundo, tal como narram que Cristo o foi, partirá despojado de si, mas ecumenicamente rico.

[* A fórmula nietzschiana de quantificação do amor foi dada numa proporção demasiado comedida: para cada quilo de amor, um grama de desprezo próprio, o que revela uma relação de 99 por cento para um escasso por cento!

Afinal isso é o que fazem quase todos. Que são egoístas, como todos sabem – até os próprios!

Essa proporção, para ser minimamente razoável, deverá chegar não aos 60 para os outros e 40 para o próprio, pois aí ele acabaria se esquecendo de si e não estaria mais em condições para se dar aos outros, mas sim num tudo-nada abaixo dos 50%, de modo a que altruísmo e egoísmo se contrabalançassem equilibradamente e tornassem o indivíduo mais são espiritualmente.

A máxima de Nietzsche pecou, então, por leviandade na pesagem da dose, querendo apenas alcançar a finalidade de afirmar que não se poderia ser feliz estando apenas virado sobre si mesmo.]

 

EV,

02/2014.