Menu | Edmundo Vallellano |
«(...)
Todos esses conceitos terão de estar submetidos ao princípio geral de existência, sem o qual não fariam qualquer sentido.
E esse princípio possui-o a unidade transcendental da consciência de si, já que é ele que permite que ela se constitua como tal, precisamente ao deter consciência de si mesma, que nada mais é senão uma consciência da sua própria existência.
Ela é transcendental, ainda, porque não depende da experiência sensorial para ser a unidade que é, uma vez que se constitui essencialmente de pura consciência de si própria e não de uma sensação geral acerca de si que pudesse condicionar-lhe essa consciência de si (ou autoconsciência).
Que afinal é isso o que leva os empiristas das ciências neurológicas a conceberem a existência como prévia à consciência.
Embora essa crença, que ao nível deles é apenas de Sentido Comum, não esteja completamente errada.
Só que tais neoempiristas científicos partem da premissa que afirma o primado da existência simplesmente porque os seus olhos e não a sua reflexão veem as coisas nascer e só depois revelar consciência a partir das interações e das ações que sejam capazes de produzir com aparente autonomia.
Não refletem sobre a existência e a consciência de uma maneira filosófica.
Pois a reflexão filosófica acerca da existência faz perceber que a existência verdadeira é aquela que seja determinada por uma consciência e não a que simplesmente exista por si só, independente e absolutamente ignorante de si mesma.
(...)»
(Extrato de: Estudos Filosóficos de Epistemologia Analítica)