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Impressões de Inglaterra – V
Impressões de Inglaterra – V

                                                                                No Reino de Hamlet - II

                                                                         Suposta Cubana com 2 Filhitos

Uma suposta cubana negra (ou da Guiné Equatorial africana?) estava, com dois filhitos, sem conseguir levantar dinheiro numa caixa multibanco em Gatwick, precisando, segundo ela, de 50 £ para ir de bus/via férrea até Heathrow e depois dali seguir até uma localidade suíça onde estava emigrada.

Encontrávamo-nos com problema semelhante por excedência do plafond de crédito... .

Acabámos levados para um andar superior do complexo aeroportuário, onde um senhor de idade, para ali posto imediatamente antes da reforma, nos cedeu um computador do aeroporto para estabelecermos comunicações, enquanto foram chamar uma funcionária das linhas aéreas mexicanas para, como intérprete, tentarem entender-se com a cubana, uma vez que nós estávamos ocupados no computador a procurar solucionar o nosso também importante e idêntico problema.

É claro (?) que ninguém lhe satisfez a pretensão, o tempo passava e a mulher estava a ficar histérica, alegando encontrar-se ali com dois filhitos sob risco de não terem sequer o que comer.

Por fim decidimos agarrar em 50 das 75 libras que nos restavam e dar-lhe, ficando com 15, das quais se pagou o regresso ao hotel Ibis (...onde revemos os lindos olhos verdes da murciana Marta Soro). E nova pernoita ali (agora condicional...), entre as pouco apetecíveis rações do Tesco, até estar resolvido o problema do cartão de crédito – o de débito remetia-nos para um estúpido «unauthorized use» que nos fez perder a paciência com a Caixa Geral de Depósitos.

Ida a esfusiante cubana (?) e parcialmente resolvido o nosso próprio problema, o responsável por aquela secção aeroportuária agradeceu-nos o gesto, em despedida. E as duas colegas dele ali, também já a pedirem reforma, igualmente agradecidas.

Pudera! Livráramo-los de problemas... de consciência. Que a cubana, essa, que se lixasse!

E respondemos: «não é assim tão louvável; foi simplesmente uma atitude cristã». Mesmo sem sermos cristãos... . Mas ficou a intenção da ironia.

É assim Inglaterra: cada um por si! Mas em que é que Portugal ou muitos outros sejam melhores? E ainda teve Allan Kardec o topete de haver escrito que «os hotentotes eram pátria de encarnação de espíritos primitivos»... . Bem: em Inglaterra, ao menos, sempre se pode varrer ruas ou lavar pratos conseguindo liquidar os encargos, ao passo que em Portugal (e muitos outros) nem para a renda da casa dá!

 

EV,

3 do 2 de 2014.